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Blog SLIDET - Notícias sobre Blur, Oasis, Verve, Richard Ashcroft, Graham Coxon, Gorillaz e The Good, The Bad and The Queen. |
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Cruzada britânica
(06/07/05) Coldplay e Oasis disputam o posto de banda inglesa mais popular do momento com o lançamento de seus novos CDs. A rivalidade sempre foi um tempero a mais na história das bandas inglesas, pelo menos no quesito promoção na mídia. O fato nasceu nos tempos dos Beatles e Rolling Stones. Na época, havia uma dualidade entre os quatro rapazes 'bonzinhos' e o garotos 'maus' da boca suja. Tudo devidamente armado, já que as duas bandas se devam sim muito bem e até trocavam figurinhas. Nos anos 90, uma nova rixa movimentou os tablóides britânicos: Oasis versus Blur, com direito à troca de farpas. Neste último mês, o Oasis voltou a enfrentar nova disputa, mas desta vez basicamente mercadológica, com os novos queridinhos da cena britânica, o Coldplay. As duas bandas lançaram seus novos CDs na mesma época e o enfrentamento foi inevitável. Mas o round parece já ter vencedor. Chris Martin (o maridão da atriz Gwyneth Paltrow) e seus amigos do Coldplay estão no topo com o lançamento de X&Y (EMI Music). Seja das listas dos mais vendidos, seja como atrações dos principais festivais deste verão setentrional - inclusive do prestigiado Glastonbury, onde os rapazes do Oasis já foram maiorais anos atrás. Resta aos irmãos Noel e Liam Gallagher e seus companheiros correr atrás do prejuízo com seu CD DON'T BELIEVE THE TRUTH (Sony-BMG). O Coldplay até poderia ter evitado este embate. Mas o processo de realização de X&Y foi complicado. A previsão da gravadora era que o sucessor do multiplatinado A RUSH OF BLOOD TO THE HEAD (2002) saísse no final do ano passado. Mas Chris Martin (voz e piano), Jonny Buckland (guitarra), Will Champion (bateria) e Guy Berryman (baixo) abortaram as gravações se dizendo insatisfeitos com o resultado final. Mudaram de estúdio, trocaram de produtor, compuseram mais músicas, descartaram outras... e depois de 18 meses, finalmente saiu X&Y, onde o Coldplay mantém suas composições de tom reflexivo mas dão um passo além na sofisticação de sua sonoridade. A banda lançou seu CD de estréia em 2000. Ao lado dos escoceses do Travis, os rapazes do Coldplay se candidataram à vaga ao estrelato deixada aberta pelo Radiohead, que optou por fazer discos mais experimentais a confirmar o posto de melhor banda do planeta conquistado com o excepcional OK COMPUTER (1997). Com o segundo CD, Chris Martin e seus amigos tomaram a dianteira, se tornando fenômeno mundial ao conquistar inclusive o difícil mercado norte-americano, sempre resistente a novas 'invasões britânicas'. X&Y traz uma nova coleção de belas melodias. O Coldplay não é exatamente uma banda roqueira forte. As baladas e canções são o forte de Chris Martin e, para emoldurá-las, os músicos preparam uma cama harmônica cheia de climas. Mas há coisas curiosas com a citação de Kraftwerk, os pais do electro-pop, em TALK. E a participação especial de Brian Eno (produtor de boa parte dos CDs do U2) tocando sintetizadores em LOW, ampliando ainda mais as comparações com a veterana megabanda irlandesa, que já apareciam nos trabalhos anteriores. Mas é SPEED OF SOUND o primeiro êxito que foi para o topo das paradas, puxando as vendas deste novo CD. Para a turma do Oasis, anos de brigas entre os irmãos Noel e Liam Gallagher, troca de integrantes, desgastaram a banda artisticamente. Já se vai uma década desde que eles conquistaram o auge de sua popularidade com o CD (WHAT'S THE STORY) MORNING GLORY?. Desde então não recuperam a potência criativa da banda e o interesse do público foi caindo disco a disco. O novo CD, DON'T BELIEVE THE TRUTH pode até não ser o trabalho de recuperação da popularidade, mas com certeza é o disco onde a banda recupera sua identidade enquanto tal. Nos últimos trabalhos, eles mais pareciam o trabalho da dupla de irmãos e outros que obedecessem sob pena de guilhotina. Foi assim que os integrantes foram caindo fora - o último foi o baterista Alan White, ano passado. Para as gravações do novo CD, ele inclusive recrutaram Zak Starkey (filho de Ringo Starr), que não foi efetivado como integrante. Para DON'T BELIEVE THE TRUTH, há um espírito coletivo. Noel ainda é o principal compositor, mas não domina tanto - apenas cinco das 11 músicas do disco têm sua assinatura. Liam está colaborando cada vez mais como autor e os integrantes Andy Bell (ex-Ride) e Gem Archer (ex-Heavy Stereo) - na banda já há cinco anos - já emplacaram mais músicas próprias. Diferente do Coldplay, o Oasis reafirma sua posição roqueira com paredes de guitarras em primeiro plano. LYLA traz um certo clima psicodélico com referências claras a Beatles no arranjo. THE IMPORTANCE OF BEING IDLE revela que ele andou refletindo sobre seu mundinho de pop-star. Há estranhezas: MUCKY FINGERS traz uma sonoridade suja que adiciona um certo sabor alternativo ao Oasis. TURN UP THE SUN e KEEP THE DREAM ALIVE são ótimas colaborações de Andy Bell. Liam Gallagher passa a limpo publicamente a relação com o irmão em GUESS GOD THINKS I'M ABEL, sempre com uma pitada de sarcasmo britânico. É o autor também de MEANING OF SOUL e, em parceria com Gem, fez a ótima LOVE LIKE A BOMB. Mas ainda é Noel que nos presenteia com mais um de seus clássicos: LET THERE BE LOVE, a faixa que encerra o CD e a melhor de todas, onde protagoniza um excelente dueto (seria duelo?) com o irmão. Por Luciano Almeida Filho - http://www.noolhar.com/
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