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Blog SLIDET - Notícias sobre Blur, Oasis, Verve, Richard Ashcroft, Graham Coxon, Gorillaz e The Good, The Bad and The Queen. |
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Blur - Discografia comentada
13.05.2003 - De tempos em tempos a música vislumbra uma luz ao longe no escuro túnel do mercantilismo. Algumas vezes é uma breve saída do túnel e, em outras, um trem vindo em direção contrária. O Blur, banda de modos camaleônicos capitaneada pelo "moody" Damon Albarn e - por muito tempo - calcada na guitarra do "nerd" Graham Coxon, foi uma destas luzes que chegou a dar a esperança de um dia ensolarado. Pena que o nosso trenzinho pop desviou desta saída e acabou correndo atrás da barca quase furada dos irmãos Gallagher e seu Oasis, que têm o seu brilho, mas este vem acompanhado de uma brevidade espantosa na qualidade. Mesmo assim, os rapazes de Manchester viraram mania mundial, enquanto a galera do Blur só tem a fama que merece na Inglaterra. Lá na terra da Rainha, os dois se revezavam nas capas das revistas especializadas. Era uma briga divertida de acompanhar e que todo mundo só saía ganhando, principalmente os fãs. O resultado disso tudo é que hoje o Blur é uma daquelas quase super-bandas, que muita gente tem como referência - boa ou má - obrigatória, mas que quase ninguém realmente conhece a fundo.
O grupo, que inicialmente atendia pelo nome de Seymour, foi criado em 1989 por Albarn, Coxon, Alex James (baixo) e Dave Rowntree (bateria). Sua imagem foi inicialmente associada ao recém-falecido rock de Manchester, mas logo recebeu o título de locomotiva do Britpop - movimento que surgira no início dos anos 90 com os Stone Roses. O que sobrou desde então foi um Blur buscando firmar sua aceitação, variando sua corrida entre os indies lo-fi e os art-rockers - e, às vezes, juntando ambos. De lá pra cá a banda teve momentos de suprema inspiração e de desabalada preguiça. Eis um resumo da obra dos sujeitos:
LEISURE (1991): Rock baseado em guitarras e baladeiro, sem grandes inovações - talvez por isso mesmo o disco tenha sido tão desprezado pela banda. As influências aqui ainda são muito notadas, de Beatles a Smiths. Os destaques ficam por conta de SING - parte da trilha sonora de Romeu+Julieta e que antecipa em 10 anos o rock tristonho e pianado do Coldplay - e THERE'S NO OTHER WAY - uma agradável mistura de rock e dance music.
MODERN LIFE IS RUBBISH (1993): O álbum, que tem muita história pra contar - singles jogados fora, produtores de sucesso jogados fora, guitarrista jogando a vida fora. É o início do processo que levaria o Blur à perfeição do álbum seguinte. Aqui já se nota o uso de texturas musicais diferentes, por hora sofisticadíssimas e por hora quase infantis, e o deslumbramento de Albarn com a vida cotidiana. Os destaques ficam para FOR TOMORROW e CHEMICAL WORLD (músicas compostas/gravadas de última hora seguindo a orientação da gravadora - que pedia mais "hits") e WHEN THE COWS COME HOME - divertidíssima faixa incluída na versão americana do álbum, que mostra claramente que Albarn não está nem aí com a coisa.
PARKLIFE (1994): A perfeição em que Albarn consegue usar a música pop como crítica social tão forte quanto um texto de Veríssimo ou um filme de Soderbergh. Todas as letras vão direto ao ponto e é difícil escolher pontos fortes entre tantas verdadeiras peças de literatura. Fica então a dica de se ouvir as duas únicas faixas que fogem à crítica social, FAR OUT - clara homenagem ao Pink Floyd - e DEBT COLLECTOR - marchinha alemã histérica que lembrará qualquer uma da Oktoberfest.
THE GREAT ESCAPE (1995): Continua o legado iniciado com MODERN LIFE IS RUBBISH e que chegou ao auge com PARKLIFE. Letras cínicas e musicalmente tão variado quanto aditivo. Os destaques ficam, sem sombra de dúvida, para os singles COUNTRY HOUSE e CHARMLESS MAN - que caberiam facilmente no álbum anterior tamanha a quantidade de boas referências sociais e culturais a se dar porrada.
BLUR (1997): Álbum mais esteroidado, que tende abertamente à mania. Toda a base sonora (tanto melodia quanto ritmo) calca-se no amor declarado dos dois frontmen pelo rock independente norte-americano da época, "pero sin perder la ternura jamás". Foi deste álbum que saiu SONG 2, aquela música rápida (de 2 minutos e pouco), em que Albarn fica gritando "uhuuuuuuuu" e que acabou virando o grande hit mundial da banda, fazendo até parte da trilha-sonora do videogame FIFA Soccer. Destaque absoluto para ON YOUR OWN - talvez a mais perfeita mistura da porção nerd-psicodélica de Coxon com as melódicas e insanas letras de Albarn - e DEATH OF A PARTY, um Gorillaz antes do tempo.
13 (1999): Disco esquizofrênico, composto em períodos de tempestade sentimental para Albarn, que é recheado de citações depressivas e auto-depreciativas, além de ser melodicamente massacrante - notadamente em seus momentos mais tristes. Destaque para NO DISTANCE LEFT TO RUN - hino supremo à dor de cotovelo - e TENDER - um desesperado pedido de Albarn por uma nova chance de amar. Vale citar como pontos baixos de um álbum quase magnânimo as preguiçosas BUGMAN, SWAMP SONG e B.L.U.R.E.M.I.
Em 2000 a banda lançou seu BEST OF, com a preguiçosíssima MUSIC IS MY RADAR como single inédito. Agora, em 2003, a banda volta a se reunir após breve hiato símio e já sem o guitarrista Graham Coxon para lançar o esperado e conturbado THINK TANK. Por http://www.omelete.com.br/
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