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Blog SLIDET - Notícias sobre Blur, Oasis, Verve, Richard Ashcroft, Graham Coxon, Gorillaz e The Good, The Bad and The Queen. |
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Rock Press - Britpop
Britpop: pop britânico, certo? Errado. As Spice Girls são pop e britânicas, mas vá colocá-las lado a lado com o Blur num festival para ver o que acontece... O que diabo afinal é britpop, então?
Bem, mais do que simplesmente "pop feito no Reino Unido", britpop nos anos 90 denominou toda uma mentalidade da cena roqueira britânica, direcionada a recuperar seus valores mais tradicionais, aqueles legados por Beatles, Bowie, Roxy Music, Elvis Costello, Smiths. O amor à melodia, o orgulho de ser britânico, aquela atitude inegavelmente petulante (mas charmosa) em relação à música feita no resto do mundo e - sem preconceito algum! - uma certa androginia visual/comportamental. E por que esses valores tinham se perdido?
Se ninguém se lembra, houve no começo dos anos 90 uma coisinha chamada Nirvana, que destroçou com os conceitos que todo mundo tinha de rock. Em 1991, ano de estouro de NEVERMIND, o panorama roqueiro propriamente dito estava no vinagre, vivendo de "ceninhas" inventadas pela imprensa (como o "shoegazing", por exemplo) e com a chamada "indie dance" (Primal Scream, Happy Mondays, Charlatans) chegando ao ponto do esgotamento criativo.
Nesse estado de coisas dominado por cabeludos esfarrapados berrando e suas guitarras barulhentas, foi que uma bicha louca chamada Brett Anderson, à frente de um grupo chamado Suede ("camurça", pode um treco desses?) resolveu que já era hora daquela bagunça parar.
Anderson cantava fino, rebolava, se dizia "um bissexual que nunca tivera uma experiência com outro homem"... e trazia a reboque uma cançãozinha memorável, THE DROWNERS. O ano era 93: pronto, nascia o britpop.
Era a senha para um período brilhante para o rock britânico, liberado para voltar a ser ele mesmo novamente. O caráter nitidamente revivalista da onda não era problema. E daí que o Suede copiava Bowie, o Oasis os Beatles e o Teenage Fanclub, Neil Young? O que importava era o brilho, a diversão, o charme, a inteligência. A obsessão pelos anos 60 chegou a reviver a briguinha Beatles vs. Stones - reencarnados em Blur vs. Oasis, os bons rapazes melódicos contra os bad boys das guitarras barulhentas. We know, it was only rock'n'roll and fun... and we liked it!
O britpop multiplicou-se em uma variedade de subcenas: a "new wave of new wave" (Elastica, Echobelly), a turma do País de Gales (Manic Street Preachers, Catatonia), os neoprogressivos (Spiritualized), a galera do post-rock (Belle & Sebastian, Delgados)... Promoveu a ressurreição de grupos como Pulp (responsáveis pelo que talvez seja a obra-prima do Britpop, DIFFERENT CLASS) e Lush. E já consagrou seu primeiro grupo mítico: o Radiohead, cujo terceiro álbum, OK COMPUTER, não pára de ganhar eleições de "melhor álbum de todos os tempos". Veteranos como o Primal Scream, Shaun Ryder (dos Happy Mondays, que passou a liderar o Black Grape) e os Charlatans também se integraram ao sistema.
E também rendeu figuraças inenarráveis, do tipo que qualquer cena roqueira precisa ter para alegrar o povo com baixarias e fofocas: os irmãos Gallagher (Oasis), tomando drogas e brigando em público; Jarvis Cocker (Pulp), um ser de outro tempo e lugar, capaz de entrevistas divertidíssimas; Richey Edwards, a tragédia do britpop, o guitarrista suicida do Manic Street Preachers; Thom Yorke (Radiohead) e sua pinta de gênio louco e incompreendido.
O estouro mundial do Oasis com seu segundo álbum, (WHAT'S THE STORY) MORNING GLORY? só confirmou que não só os britânicos, mas os ouvintes de rock em todo o mundo estavam precisando de um retorno à melodia, à ironia, ao chá das cinco, ao sotaque esnobe, aos carros com volante do lado direito, aos ônibus de dois andares... Por Marco Antonio Bart
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